“Se Mondrian passou da árvore ao quadrado, ele apenas aproveitou uma das possibilidades da árvore. Agora, nós devemos quebrar o quadrado para reencontrar a árvore.”
Frans Krajcberg

               Entendendo o apelo plástico e pictórico de Mondrian e sua tentativa de chegar à essência através de uma linguagem plástica e objetiva pode-se transpassar a bidimensionalidade buscada e instaurar a tridimensionalidade da pintura abstrata em suporte da escultura. Sendo assim o objeto criado problematiza a temporalidade, a bidimensionalidade, juntamente com a tridimensionalidade escultórica obtida pela subtração do suporte escolhido pelo escultor.

               Primeiramente se instaura problemáticas da reprodutibilidade técnica e a aura do artista, seu esforço de criação. Tal fato se da pela compra de uma Pieta em loja de artefatos religiosos, sendo assim a estatua antes planejada e executada pelo escultor é comprada pelo artista como um objeto de consumo, questionando assim tal comercio e se inserindo nele.

               Sem se colocar em partido, ou melhor, tomar lado a favor da reprodutibilidade ou não, o artista assume sua existência e busca usar da mesma para executar sua produção. Sendo assim posteriormente a estatua sofre interferência pictórica e é coberta por uma malha com a estampa da pintura Composição com vermelho, amarelo, azul e preto Piet Mondrian – 1921.  
                
               Os tempos e técnicas se mesclam na contemporaneidade. A pintura ganhando sua tridimensionalidade, e a estatua ganhando seu movimento através da alegoria de Laocoonte mas o homem que brada é Maria. O vídeo produzido é uma performance escultura que busca romper o equilíbrio estático no qual sugere conforto, e restaurar na contemporaneidade uma das faces da arvore de Mondrian. Utiliza-se então o natural para o simbólico, o signo vivo. Busca-se no limiar do ser e parecer que advém das releituras a força para criar universos que convivem em poucos minutos.

                O artista busca em suas práticas poéticas a reunião da racionalidade e simplicidade para estruturar sua pesquisa. Reúne o clássico ao trabalhar com figuração e misticismo que envolvem a época, buscando em seu raciocínio a união das diferentes facetas da arte como ciência austera e mística para compor sua trajetória.


PIETa MONDRIAN
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